sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A visão do PH sobre a subida das taxas moderadoras

As medidas que apontam para o princípio do "utilizador-pagador" nos serviços públicos tem como principal objetivo a transferência dos mesmos para a esfera privada, ainda que se possam apresentar argumentos de natureza orçamental ou de "justiça" fiscal para as defender.

Neste tipo de serviços, para que as empresas privadas sejam (muito) lucrativas, é necessário que:

(1) os serviços públicos sejam deficientes, inexistentes ou caros;
(2) o estado comparticipe abundantemente os custos privados;

É óbvio que um serviço de saúde público, gratuito e de qualidade, inviabiliza por completo o negócio dos seguros de saúde, bem como o dos hospitais privados grandemente dependente daquele.

Negócio de seguros que, já agora, está na origem de muita litigância, causando, também desse modo, um enorme prejuízo ao Estado.

Afinal, as crises servem para isso mesmo: para os predadores se poderem nutrir.
Acrescentamos alguns elementos informativos, para que se entendam que estamos presente a uma política de interesses privados:

http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/perfil-paulo-macedo-ministro-da-saude_1499213

«A única ligação de Paulo Macedo ao sector da Saúde está ligada ao BCP, onde é administrador, por exemplo, da Médis, a empresa que gere seguros de saúde.»

Para finalizar, deixamos um excerto da “Sétima Carta aos meus amigos”, de Silo, que nos inícios dos anos 90 dizia:

“Se a saúde e a educação são tratadas de modo desigual para os habitantes de um país, a revolução implica educação e saúde gratuitas para todos, porque, em suma, esses são os dois valores máximos da revolução e eles deverão substituir o paradigma da sociedade actual determinado pela riqueza e pelo poder. Pondo tudo em função da saúde e da educação, os complexíssimos problemas económicos e tecnológicos da sociedade actual terão o enquadramento correcto para o seu tratamento. Parece-nos que procedendo de modo inverso não se chegará a conformar uma sociedade com possibilidades evolutivas.”

Partido Humanista - Portugal
Natacha Mota

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