quinta-feira, 2 de junho de 2011

Eleições: Partido Humanista quer bancos sem fins lucrativos

Porto, 01 jun (Lusa) -- A cabeça de lista do Partido Humanista (PH) pelo distrito do Porto, Maria Vítor Mota, defendeu hoje uma "revolução do sistema económico", com a transformação dos bancos em entidades sem fins lucrativos.


Porto, 01 jun (Lusa) -- A cabeça de lista do Partido Humanista (PH) pelo distrito do Porto, Maria Vítor Mota, defendeu hoje uma "revolução do sistema económico", com a transformação dos bancos em entidades sem fins lucrativos.
"O que queremos é uma economia solidária", disse à agência Lusa Maria Vítor Mota, numa ação de campanha frente a uma agência bancária na Avenida dos Aliados, no Porto, onde seis militantes do PH "rezaram" a "Oração ao Deus Dinheiro".
A candidata propôs que o banco do Estado, a Caixa Geral de Depósitos, seja o primeiro a assumir-se sem fins lucrativos, passando a cobrar pelo empréstimo de dinheiro "uma comissão de serviço fixa" que cubra apenas os gastos administrativos.
Maria Mota referiu que a "Oração ao Deus Dinheiro", escrita em conjunto por membros do PH/Porto, foi inspirada numa ação semelhante do Partido Humanista Chileno.
"É uma rábula para chamarmos a atenção para o facto de esta sociedade estar toda à volta do dinheiro. Isto tem de ser posto em causa, tem de haver uma reconversão", salientou.
A candidata notou que uma "grande fatia" da chamada "ajuda externa" a Portugal "vai para a banca", que apenas está focada na procura do lucro e já pouco arrisca em operações de capital de risco.
Maria Mota admitiu que o fim da banca lucrativa "é uma proposta que pode parecer absurda ao poder político e financeiro, que apenas promove a concentração da riqueza em poucas mãos".
Para a dirigente do PH, o "valor estúpido que é o dinheiro" tem de ser substituído por "outros valores mais importantes, como a reciprocidade".
"Esta é uma das soluções. A reconversão do papel da banca na sociedade deve ser encontrada pelos políticos", afirmou, classificando a aplicação das propostas do PH como uma "revolução não violenta".
O Partido Humanista defende também a criação de uma "lei de propriedade participada", para que haja uma maior ligação entre capital e trabalho e possa haver reinvestimento produtivo.


FZ.

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